LUCIANA DO NASCIMENTO
ESCREVIVENDO:
A Evolução da escrita através da vivência
Artigo científico apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da AUPEX, como requisito parcial para obtenção do certificado de Especialista em Alfabetização: com ênfase em déficit de aprendizagem, e aprovado pelo seguinte professor.
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Profª Orientadora: Ms. Denise Stollmeier de Aviz
INDAIAL
OUTUBRO 2005
RESUMO
A escola precisa valorizar o que o aluno sabe, a sua escrita, organizando situações de aprendizagem que possibilitem a discussão sobre a escrita. Este trabalho é uma reflexão sobre a escrita, mostrando que o aluno tem várias possibilidades e diferentes materiais para desenvolver sua escrita. No desenvolvimento da escrita é preciso que aluno e professor tenham um laço afetivo para que a criança se sinta segura e consiga superar suas dificuldades.Trazer a história da escrita para que a criança perceba a necessidade e importância no seu cotidiano.
INTRODUÇÃO
Neste artigo objetivamos refletir sobre o desenvolvimento da escrita, organizando situações de aprendizagem que possibilitem a discussão sobre este conhecimento. Essas situações devem oportunizar a interação do aluno com diferentes materiais, utilizando-o em momentos de comunicação oral e escrita, esse conjunto de objetos para a leitura que sirvam de referência e fonte de informação no processo de aquisição da linguagem escrita.
Ajudá-lo a pensar, a organizar e escrever por si mesmo, valorizando seu conhecimento, e que os erros de ortografia sejam vistas como reflexões dos alunos, pois este é um caminho onde os alunos, percorrerão progressivamente em direção a escrita ortográfica.
Para trabalhar as dificuldades na escrita é necessário um relacionamento afetivo entre professor e aluno, sendo o profissional alguém que faça interferências no processo de ensino aprendizagem, sem gerar medo na criança, ajudá-la a superar as dificuldades, ampliando o seu saber nesta área.
Deste modo, traremos um pouco da história da escrita, além de discutir sobre a importância deste conhecimento para os indivíduos poderem atuar de maneira mais consciente na sociedade em que está inserido. Por isso, é preciso modificar as formas tradicionais de encaminhar a escrita nas salas de aula, para que o aluno perceba o quanto é importante em sua vida.
Dentre os sistemas de comunicações desenvolvidos pela humanidade temos a linguagem escrita. Na linguagem oral possui marcantes qualidades rítmicas, entonacionais, expressivas e para lingüísticas, advindas de necessidade imediáticas da situação interacional, na qual papéis e atos de significação no mesmo instante negociadas pelos interlocutores, sem nenhum caminho preestabelecido, não entanto respeitando à questão cultural e regional de onde estão localizados.
Na língua escrita, isso não acontece, exige-se uma forma padrão, para que ocorra a comunicação. Além de não possuir as variações da língua falada, surge de necessidades e situações mais abstratas nas quais, na maioria das vezes, à distância entre os interlocutores faz com que a interação seja mediada pela própria escrita. Para Goody (1978), não está a linguagem escrita é duradoura e permite a comunicação no tempo e no espaço, ou seja, sua finalidade principal é a leitura.
As primeiras fases do desenvolvimento da escrita são:
a) Pictográfica (desenhos figurativos)
b) Ideográfica (chinesa e japonesa)
c) Fonético-alfabética (escrita baseada em letra)
A necessidade do registro foi responsável pelas primeiras formas de comunicação escrita. As tintas usadas eram feitas de frutos de cores diferentes ou de sangue de animais e de ovos de aves, sendo esses os primeiros passos em direção a comunicação que naquele tempo eram registradas em pedras e cavernas.
Com o tempo, a necessidade de se comunicar fez com que esses desenhos fossem simplificados e ampliados para facilitar as anotações. Então, foram chamados de Pictogramas, que eram vários desenhos que expressavam uma idéia. Passados mais alguns tempo os desenhos foram substituídos por escritas feitas em tabletes de barro, chamada de Cuneiforme. Graças ao comércio, a escrita cuneiforme atravessou fronteiras. Com a evolução chegou as letras do alfabeto, mas não foi um período curto. Foi criado pelos fenícios e adaptados pelos gregos, acrescentando as vogais. Por isso, a palavra alfabeto vem dos nomes das primeiras letras gregas: ALFA e BETA.
É importante conhecer a história da evolução da linguagem escrita para compreender a evolução da escrita na criança que será o próximo item que iremos discutir.
A escrita é uma função culturalmente mediada. A criança que se desenvolve numa cultura letrada está exposta aos diferentes usos da linguagem escrita e ao seu formato, tendo diferentes concepções a respeito desse objeto cultural ao longo do seu desenvolvimento.
A principal condição necessária para que uma criança seja capaz de compreender adequadamente o funcionamento da língua escrita é que ela descubra que a língua escrita é um sistema de signos que têm significado em si. Os signos representam outra realidade, isto é, o que se escreve tem uma função instrumental e funciona como um suporte para a memória e a transmissão de idéias e conceitos como: ler e escrever por prazer ou passa tempo, a busca de novos conhecimentos ou de informações para se localizar, para a comunicação à distância, entre outras.
As crianças que estão crescendo em ambiente onde a língua escrita existe, onde se lê e se escreve não apenas como atos muitos especiais, mas como parte da vida diária são estimuladas a manusear livros, que permite a elas escrever, estas maneiras faz com que elas adquirem muitas informações sobre este objeto construído historicamente pela humanidade. Assim percebem com maior clareza porque é importante adquirir essa nova habilidade.
Geralmente a criança faz por conta própria uma boa parte do caminho da sua descoberta sobre a escrita, desde que tenha indivíduos que utilizam este conhecimento ao seu redor, além de ser um modelo, também é alguém que dá informações para a criança quando ela solicita.
Ao contrário, da criança que não tem contato com a língua escrita e, ao redor dela não há pessoas que possam ler e escrever, é muito difícil que chegue à escola sabendo o que quer dizer ler e entendendo o que quer dizer escrever. (FERREIRO, 1989).
O caminho da escrita passa necessariamente por etapas em que a criança constrói seu conhecimento, independente do meio social a que pertença. No entanto, o estas etapas podem ocorrer mais cedo para aquelas que tem acesso antes a este conhecimento.
Precisamos respeitar cada ritmo e o nível social em que a criança se encontra, ou seja, o meio em que ela vive. Além disso, é preciso mostrar a criança qual a importância deste conhecimento e onde poderá utiliza-lo, caso contrário.
Quando o ensino das primeiras letras é muito desassociado dos usos da leitura na vida social, muitas vezes o aluno conclui que se aprende a ler e a escrever para passar de ano e para copiar os exercícios dados pela professora. No entanto, se a alfabetização for conduzida de forma a demonstrar que a leitura e a escrita têm função aqui e agora, e não apenas num futuro distante, é provável que o indivíduo se sinta motivado para o esforço que a aprendizagem exige. (CARVALHO, 1999).
Até as publicações de Ferreiro e Teberosky (1999), o problema da aprendizagem da leitura e da escrita era visto como questão de métodos. A preocupação dos educadores era voltada para a busca do “melhor” ou do mais eficaz, levantando-se assim uma polêmica em torno de dois modelos fundamentais: métodos sintéticos, que parte de elementos menores que as palavras e o método analítico, que parte da palavra ou de unidades maiores, como frases e textos.
O método fonético propõe que se parta do oral. A unidade mínima de som da fala que é o fonema. O processo, então consiste em iniciar pelo fonema, associando-o a sua representação gráfica. É preciso que a criança seja capaz de isolar e de reconhecer os diferentes fonemas de seu idioma para poder, a seguir, relacioná-los aos sinais gráficos.
No entanto, apesar dos métodos ainda se têm muitas crianças que não estão aprendendo a ler e escrever. Como nos lembra Ferreiro (2000) as crianças são facilmente alfabetizáveis são os adultos que tornam esse processo difícil.
Assim, trataremos a seguir sobre como se dá a construção da escrita para a criança
Conforme discutimos anteriormente, não é o método que fará a criança se alfabetizar, mas sim o professor que precisará conhecer como este conhecimento se constrói nos indivíduos e assim poder mediar essa construção, além de valorizar e motivar a escrita de seus alunos, enriquecendo o seu vocabulário, proporcionando diferentes formas para que este processo ocorra da melhor maneira possível.
A criança vem com uma bagagem de conhecimentos para a escola e isso deve ser muito valorizado. Nós, adultos, é que temos a tendência de confundir os saberes diferentes dos nossos alunos de classe menos favorecida com ignorância. Por isso, muitas vezes, os discriminamos e os deixamos de lado.
Talvez até o alunos não tenha tido oportunidade de entrar em contanto com a escrita com todas as suas funções, mas todas as experiências vividas até então serão os fundamentos para a nova aprendizagem que se concretizará a partir da sua entrada na escola Muito antes da primeira vez em que o professor coloca um lápis em sua mão e lhe mostra como formar letras inicia-se a história da escrita (Vigotsky, 1988).
A questão da evolução da escrita na criança é bastante importante no conjunto de colocações de Vigotsky (1988), sobre o desenvolvimento e aprendizado, por duas razões. Em primeiro lugar porque suas idéias sobre esse tema são extremamente contemporâneas, surpreendentes, mesmo quando levamos em conta que foram produzidas há aproximadamente 60 anos. Em segundo lugar, porque sua concepção sobre a escrita enquanto sistema simbólico de representação da realidade está estreitamente associada a questões centrais em sua teoria (linguagem, mediação simbólica, uso de instrumentos).
Coerente com sua concepção sobre o desenvolvimento psicológico em geral, Vigotsky (1988) tem sua abordagem genética da escrita, preocupa-se com o processo de sua aquisição. Para compreender o desenvolvimento da escrita na criança é necessário estudar o que o autor chama de “a pré-história da linguagem escrita”, isto é, o que se passa com a criança antes de ser submetida aos processos delineadores de alfabetização.
No esforço de compreender o mundo que as rodeia, levantam problemas muito difíceis e abstratos e tratam, por si próprias, de descobrir respostas para eles. Estão construindo objetos complexos de conhecimento e o sistema de escrita é um deles.(FERREIRO, 1995).
Deste modo, é importante que esta construção seja acompanhada e valorizada para que esta construção de dê de maneira efetiva e prazerosa, aí a importância da escola como mediadora deste processo, valorizando o que já foi construído pelo educando e fazendo com que ele avance ainda mais neste saber. É o que trataremos a seguir.
No decorrer dos séculos, a escola (como instituição) operou uma transmutação da escrita. Transformou de objeto social em objeto exclusivamente escolar, ocultando ao mesmo tempo suas funções extra-escolar, precisamente aquelas que historicamente deram origem à criação das representações escritas da linguagem.
É imperioso (porém nada fácil de conseguir) restabelecer, no nível das práticas escolares, uma verdade elementar, que a escrita é importante na escola, porque é fundamental fora dela e não o inverso.
Segundo Ferreiro, 2000 a escola se converteu em guardiã desse objeto social que é a língua escrita e solicita do sujeito em processo de aprendizagem uma atitude de respeito cego diante desse objeto, que não permite atuar sobre ele, mas como um objeto para ser contemplado e reproduzido fielmente, sem modificá-lo e desde o seu início da forma convencional. O aprendiz deve respeitar cuidadosamente a forma das letras e reproduzi-las seguindo um traçado imposto.
Oculta-se, assim, que as formas das letras não são físicas, mas que, como as unidades de língua, não se definem isoladamente senão em função de todas as outras, e que cada uma tem uma definição diferente nos vários “tipos” de letras (de script, caixa alta, imprensa, cursiva, ornamentais, etc), oculta-se também que dentro de cada tipo de letra tem uma quantidade permitida de variações irrelevantes e um conjunto definido de variações relevantes. ( FERREIRO, 2000).
Desde o início, exige que o aluno pronuncie como está escrito, invertendo assim as relações fundamentais entre a fala e a escrita: não são as letras que se “pronunciam” de certa maneira; são as palavras que se grafam de certo modo. Exige-se do aluno, desde o começo do processo de alfabetização formal, para com o texto “diz” exatamente, independente do que “queria dizer”, o respeito pela forma se põe diante de qualquer intenção de interpretar o conteúdo, porque se teme que as intenções de interpretações levem a antecipar o significado, e que essa antecipação léxica ou a paráfrase em detrimento da forma.(FERREIRO, 2000).
É preciso distinguir a correção ortográfica que é produto da cópia, daquela que corresponde à produção livre. Na produção livre precisamos ter uma larga experiência como leitor para poder antecipar as separações convencionais entre as palavras, o uso de maiúscula e sinais de pontuação, por isso, no início do processo de alfabetização a correção tem outros objetivos.
Ler e escrever são atos comunicativos verbais e, como tal, são passíveis de serem analisados numa abordagem funcionalista da linguagem. (KATO, 1999)
Quando a criança chega na escola no seu primeiro dia vem a expectativa de escrever, pois os valores passados e a imagem da escola se fundamentam no paradigma da escrita. Portanto, muitas vezes ela escreve por escrever sem ser estimulada a entender o que está escrevendo, simplesmente traçando letras e formas.
Todas as vezes que a criança pega o seu lápis ou outro material com qual possa criar símbolos ela está escrevendo, muitas vezes não conseguimos entender nada, para nós não passam de garatujas, rabiscos, desenhos e com isso acabamos menosprezando todo o processo de criação da criança. No entanto, estas são as etapas para a construção da linguagem escrita segundo Vigotsky (1988).
Mas, se ao contrário, pedirmos para que a criança nos decifre a mensagem que está querendo nos passar, estaremos valorizando o seu trabalho, aumentando a sua auto-estima e criatividade, dando crédito necessário para que ela continue o seu processo naturalmente, não criando barreiras ou traumas no seu ato de escrever. Além de contribuir para o desenvolvimento da organização do pensamento através da linguagem oral.
Muitas vezes, observamos crianças que não querem escrever, ou que não conseguem ler o que escrevem e associamos isto à falta de capacidade intelectual e motora, quando ela foi bloqueada, retraída, traumatizada no processo de aquisição da língua escrita.
Segundo SMOLKA (2003) O ensino tem que ser organizado de forma que a leitura e a escrita se tornem necessários às crianças. Para isso é importante que usemos recursos desinibidores que estimulem a percepção dos nossos alunos.
Estabelecendo rumos para ensinar a redigir textos em que prepondere o espontâneo, o criativo e o incentivo, estimulando a necessidade inerente ao aluno, que é auto-afirmar-se através da palavra, tanto no meio escolar, familiar, como no social. Estamos despertando no aluno a sensação de liberdade de pensamento, de idéias, deixá-lo perceber como ele é capaz de criar e sonhar por si só e registrar através da escrita.
Talvez com a compreensão da função social da escrita poderemos formar cidadãos autônomos e conscientes, devemos contribuir para que se posicionem criticamente frente a quantidade de informações a qual são expostos diariamente.
A criança é um indivíduo em formação, é um ser que pensa e que faz interpretações, cabe a instituição escolar fazer com que ela possa verbaliza-la e assim reorganizar e avançar na construção de novos conhecimentos. A aprendizagem da língua escrita é complexa, mas não se pode reduzi-la a aquisição de uma série de habilidades motoras.
Para isso é importante que o profissional que vai atuar com esse primeiro contato com o ensino da linguagem escrita de maneira convencional, ou seja, sistemática seja um profissional competente e interessado, além de ser alguém que goste do que faz, para assim educando e educador possa ter sucesso no trabalho que será desenvolvido.
5. O ALFABETIZADOR
Um alfabetizador precisa conhecer os diferentes componentes do processo de alfabetização e do processo de letramento.
O alfabetizador tem de conhecer o objeto da aprendizagem e também o processo pelo qual se aprende esse objeto, a língua escrita. Infelizmente esses conhecimentos ainda não entraram na formação dos alfabetizadores, ou se entraram são poucos os profissionais que tem acesso a essa formação. Como o PROFA (Programa de Formação para Alfabetizadores) que é a primeira proposta de políticas educacionais voltada para a formação de professores alfabetizadores, lançado em 1999 pelo Governo Federal. (AVIZ, 2004).
A experiência é um fator importante na constituição de um alfabetizador competente. Mas é compreensível que as professoras evitem essas turmas: a alfabetização põe uma grande responsabilidade sobre a professora, é a etapa em que os resultados do trabalho são mais evidentes. “O alfabetizador dá acesso ao maravilhoso mundo da escrita, dá acesso aos livros, à leitura, conduz a criança à conquista do instrumento que lhe abre as portas para todo conhecimento”.(SOARES, Magda , 2001).
Nas turmas de alfabetização, deveriam ficar somente professoras que gostam de alfabetizar. Embora alfabetizar tenha essa característica um pouco ameaçadora de que a professora é avaliada de forma objetiva, é também muito gratificante ter um resultado tão visível do trabalho desenvolvido. A professora recebe uma criança que olha para um livro e só vê risquinhos indecifráveis nas páginas, desenvolve o processo de alfabetização e, no fim do ano, vê a criança decodificando e compreendendo aquilo que eram apenas risquinhos. Nada mais é gratificante, na educação, que alfabetizar uma criança.
É necessário o professor valorizar e motivar a escrita de seus alunos, enriquecendo o seu vocabulário, possibilitando diferentes formas para que isso aconteça. A criança durante o processo de alfabetização muitas vezes usa apenas algumas letras para identificar e escrever uma palavra. Devemos então, questioná-la para que ela própria perceba o que está faltando e chegue ao resultado final correto e desta forma, com certeza, aprender, mas o professor não pode esquecer que deve dar condições para que a criança tenha acesso à aprendizagem convencional, que faça a mediação para eu ela possa perceber o que ainda não está fazendo ou esquecendo.
A alfabetização é a utilização correta das palavras (escrita) e acontece de forma gradativa. Deste modo, a correção ortográfica deve ser feita com o maior cuidado. A escola deve fazer com precaução para não inibir e desestimular o seu aluno.
Segundo Assmann a escola deve preocupar-se com o seu papel perante a sociedade.
A escola não deve ser concebida como simples agência repassadora de conhecimentos prontos, mas como contexto e clima organizacional propício á iniciação em vivências personalizadas do aprender. A flexibilidade é um aspecto cada vez mais imprescindível de um conhecimento de personalidade e de uma ética democrática. (ASSMANN, p.33, 1998).
É nesta afirmação do autor que identificamos o verdadeiro papel da escola, partindo primeiramente dos educadores juntamente com todo o corpo docente da escola. Nós como educadores temos a importante tarefa de construir e reconstruir conteúdos com nossos alunos, pois a escola não pode ser uma mera transmissora de conteúdos, onde a professora é vista como quem sabe tudo. A escola não pode fugir da realidade da comunidade na qual esta inserida, buscando de encontro com todos os crescimento e o fortalecimento do ser humano, onde ele desenvolve a sua cidadania.
A criança traz uma bagagem muito grande de conhecimento adquirido antes de chegar aos bancos escolares e que deve ser aproveitado e ampliado. Devemos respeitar o aluno, como ser único, inserido na comunidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O professor deve ter consciência que precisa sempre aprofundar-se em leituras, para melhorar a prática do seu dia-a-dia. Também precisa oportunizar situações de aprendizagem que possibilitem ao aluno expressar suas idéias livremente, para poder desenvolver um indivíduo crítico que saiba defender suas ações. Todos os adultos, e em especial, os professores não podem esquecer-se do fato de um dia terem sido crianças, porque assim saberão oferecerem todo o espaço de que a criança precisa e tem direito para desenvolver-se.
Ajudando-o a pensar e escrever por si mesmo, valorizando seu conhecimento, e, que erros de ortografia sejam vistos como reflexões dos alunos, pois este é um caminho onde os alunos percorrerão naturalmente em direção a uma escrita ortográfica. Cabendo ao professor mediar para que possa avançar e ampliar sua capacidade de escrita e leitura.
A escola precisa valorizar o que o aluno sabe, a sua escrita, organizando várias situações que dêem oportunidades na interação do professor e do aluno. Também deve variar constantemente as propostas, as criações coletivas serão mais interessantes.
Mas necessitamos, urgente, romper com o conceito implícito, de que a educação se faz pela imitação. Sabemos da importância do exemplo para que a criança a partir disso, possa se fazer escritores e eleitores com maior competência.
Cabe ao professor ter sempre na lembrança que é (ou deveria ser) educador e pesquisador, e por isso, precisa aprofundar-se em nas teorias para melhorar a sua prática pedagógica e que seus alunos serão aquilo que ele quer que sejam, mas perceber que não será através do discurso ouvido, mas pelas práticas vivenciadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVIZ, Denise S. Políticas de Formação para Professores de Alfabetizaçãpo: Implicações para a pratica profissional. Dissertação de Mestrado. FURB, 2004.
FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2000. Biblioteca da Educação – Série 8 – Atualidades em educação, v. 2
___________ e TEBEROSSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre, RS: Artes Médicas Sul, 1999.
_____________.Reflexões sobre Alfabetização. 24 ed. São Paulo: Cortez, 1995.
KATO, Mary A. No mundo da escrita: Uma perspectiva psicolingüística. 7 ed. São Paulo: Ática, 1999
SMOLKA, Ana Luiza. A criança na fase inicial da escrita: A alfabetização como processo discursivo. 11ª ed. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2003.
VIGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. São Paulo: Vozes, 1988.
CARVALHO, Marlene. Guia Prático do Alfabetizador. 4 ed. São Paulo: Ática, 1999.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
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