terça-feira, 24 de junho de 2014

O Tratamento da Síndrome do X Frágil

tratamento
A Síndrome do X Frágil não tem cura, mas tem tratamento
A intervenção medicamentosa realizada pelo médico (neuropediatra, psiquiatra e pediatra) é muito importante aos indivíduos que apresentam os sintomas como: convulsão, hiperatividade, falta de atenção, ansiedade, agressividade, manias ou toques, autismo, etc.
Muitos métodos efetivos estão disponíveis na educação especial em várias formas de terapia, incluindo a fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia, musicoterapia, entre outras. Destaque para a atividade computacional, considerada imprescindível para os indivíduos com SXF.
Novas drogas já estão sendo testadas e podem trazer benefícios aos portadores de SXF em um futuro próximo. Estudos da terapia genética e da psicofarmacologia de medicações específicas direcionadas aos distúrbios intelectivos, emocionais e comportamentais são perspectivas de cura para a Síndrome do X Frágil.
Vale ressaltar!
O melhor tratamento para a Síndrome do X Frágil é o diagnóstico precoce e a adoção imediata de medidas preventivas que ajudarão a atenuar alguns sintomas da síndrome e proporcionarão ao paciente condições de qualidade e dignidade de vida.
Fonte: http://eudigox.com.br/sobre-o-projeto/tratamento-do-x-fragil/

Os sintomas da Síndrome do X Frágil

shutterstock_129083723
Conheça os sintomas gerais da Síndrome do X Frágil e também os sintomas mais marcantes em diferentes fases: na infância, na fase escolar e na puberdade.
Os sinais gerais da SXF
Os sinais abaixo podem dar indícios da Síndrome do X Frágil (SXF):
• Deficiência intelectual
• Dificuldade motora
• Orelhas proeminentes e/ou grandes
• Face alongada
• Na adolescência, apresenta os testículos de tamanho maior que o normal
• Palato alto
• Hiperextensibilidade de joelhos, mãos e punhos
• Autismo-like
• Convulsões
• Déficit de atenção com ou sem Hiperatividade
• Dificuldade de contato físico com outras pessoas
• Morder as mãos (a ponto de causar ferimentos)
• Dificuldade de olhar para a pessoa com quem fala
• Ao falar, repete informações e as confunde
• Imitativos
• Apresenta DI na família, sem diagnóstico preciso
• Sinais específicos para cada etapa do desenvolvimento
A SXF na infância
• Déficit de atenção com ou sem Hiperatividade
• Hipotonia (baixo tônus muscular)
• Atraso na fala
• Atraso motor
• Dificuldade em interagir
• Características de autismo-like
• Perímetro cefálico aumentado
• Aumento do testículo (macroorquidismo)
• Atraso no desenvolvimento psicomotor
• Orelhas grandes e ou em abano
• Otite de repetição e convulsões
• Terror a barulhos fortes (foguetes, trovões)
Muitos desses sintomas podem ser sutis, mascarando a suspeita diagnóstica da síndrome nessa fase, e nem sempre todos os sintomas são apresentados em um mesmo indivíduo.
A SXF na fase escolar
• Atraso do aprendizado: dificuldades na leitura, interpretação, escrita, cálculos
• Falta de abstração
• Transtorno e déficit de atenção com ou sem hiperatividade, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
• Dificuldade de manter um tema, fala repetitiva, imitativo
• Ansiedade e transtornos obsessivos podem aparecer nessa fase
• Sexualidade precoce
• Olhar tímido, contato visual diminuído, transtornos oculares: estrabismo e miopia
• Palato ogival, palato alto (céu da boca alto), má oclusão dentária
• Alterações no aparelho osteoarticular (hiperextensibilidade dos dedos, escolioses,
pés planos ou chatos, peito escavado)
• Alterações no aparelho cardiovascular
• Movimentos estereotipados, crises de pânico, humor instável
A SXF na puberdade
• Os sintomas físicos se apresentam mais claros e marcantes nessa fase
• Distúrbio de comportamento e emocional, timidez excessiva, isolamento social, rosto alongado e estreito, orelhas proeminentes e com implantação baixa
• Facilidade de captar informações visuais do ambiente (memória fotográfica)
• Apresenta melhor habilidade para aprender por imitação visual e capacidade para resolver problemas práticos e concretos
Observação: É importante lembrar que cada criança ou indivíduo com SXF possui características próprias. Mesmo entre irmãos poderão apresentar características diferentes.
Fonte: http://eudigox.com.br/sobre-o-projeto/os-sintomas-do-x-fragil/

Síndrome do X Frágil

projeto-01
Uma síndrome que merece atenção e carinho, assim como seus portadores
A Síndrome do X Frágil é uma condição de origem genética causada pela mutação de um gene específico e localizado no cromossomo “X”.
O gene é chamado de Fragile Mental Retardation1 ou FMR1. Hoje a expressão retardo mental lê-se deficiência intelectual (DI). Quando um indivíduo é acometido pela Síndrome do X Frágil, o gene FMR1 fica comprometido e, por consequência, ocorre a falta ou pouca produção da proteína FMRP (Fragile Mental Retardation Protein), fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso e de várias funções cerebrais como intelectual, sensorial, memória, fala, cálculo, social e comportamental.
A falta dessa proteína desestabiliza todo o processo cerebral, fazendo com que a pessoa apresente dificuldades intelectuais, atraso no desenvolvimento, problemas de comportamento, problemas emocionais e determinadas características físicas.

Histórico da síndrome

A Síndrome do X Frágil, também conhecida como Síndrome de Martin & Bell, é considerada a primeira causa de deficiência intelectual (DI) mais comum de forma herdada. O termo X Frágil foi adotado a partir de 1970 devido a uma fragilidade em uma região específica do cromossomo X. Mas somente em 1991, estudos revelaram que essa região era responsável pelo gene FMR1.
Fonte: http://eudigox.com.br/sindrome-x-fragil/

domingo, 22 de junho de 2014

Intervenções do professor: como atender às demandas reais de aprendizagem

Assista a um vídeo com os desafios de trabalhar o nome próprio com uma turma da Educação Infantil

Durante uma aula, a professora Alaide Nicoletti Deyrmendijan, da EMEI Dr. José Augusto, em São Paulo, pediu às crianças que assinassem o cartão de aniversário feito para presentear uma colega. Enquanto todos trabalhavam, ela caminhou pela sala e viu que Raul havia escrito seu nome da direita para a esquerda com rotação das letras R e L: . Ao lado do menino, Alaide propôs que ele lesse o que estava escrito e comparasse com seu crachá. Aos poucos, Raul percebeu que, para escrever uma palavra em nossa língua, é necessário respeitar uma ordem determinada: da esquerda para a direita. Assista ao vídeo com mais casos dessa turma abaixo.

Além de planejar atividades com objetivos claros, o professor alfabetizador deve saber como suas intervenções podem ajudar a criança a refletir sobre o sistema da escrita. “Por mais poderosa que seja uma situação didática, quando não está acompanhada de intervenções adequadas, ela inevitavelmente perde seu potencial. Por isso, é desejável planejar uma série de possíveis intervenções de acordo com as respostas das crianças”, diz Diana Grunfeld, especialista em didática da alfabetização e membro da equipe de coordenação da Rede Latino-americana de Alfabetização.
Não são apenas os alunos com dificuldade que devem receber a atenção do professor. Aqueles que já conseguem identificar e escrever seu nome, sem a ajuda do modelo, precisam ser constantemente desafiados. Caso contrário, a turma corre o risco de sofrer com o “fenômeno da homogeneização”, descrito por Diana no artigo “La intervención docente en el trabajo con el nombre proprio – Una indagación em jardines de infantes de la Ciudad de Buenos Aires” (disponível apenas em espanhol). Quando isso ocorre, o professor não leva em consideração a heterogeneidade dos saberes dos pequenos para planejar as atividades. Se já escrevem o próprio nome, por que não propor que comecem a escrever o de seus colegas? Dessa forma, todos podem avançar.

Intervenções bem planejadas

É preciso ter conhecimento do que os alunos já sabem para promover discussões mais significativas durante as atividades. “Caso contrário, as intervenções do professor serão pautadas em suposições, e não nas reais demandas e saberes deles”, explica Andréa Luize, coordenadora do Núcleo de Práticas de Linguagem da Escola da Vila, em São Paulo. Ao propor que a turma encontre determinado nome em meio a uma lista, por exemplo, é importante perguntar às crianças como chegaram àquela conclusão. Nessas situações de leitura e identificação, o professor pode utilizar as respostas inadequadas para incentivar a verificação e a reformulação das suas ideias iniciais.
Em atividades de escrita do nome, é essencial estabelecer um clima de segurança na sala. Aqueles que ainda não sabem escrever poderão copiar de um modelo, com calma e no seu tempo. Se a criança tiver dificuldade em grafar as letras, o professor pode ajudá-la a prestar atenção em seu traçado. Quando as crianças esquecem as letras que querem escrever, é interessante encorajá-las a procurar no alfabeto da classe.

Como avaliar o que as crianças já aprenderam?

Para saber se as intervenções estão contribuindo para o processo de aprendizagem, a única maneira é observar a turma. “O professor que propõe atividades de análise do sistema de escrita com regularidade não precisa de avaliação externa. Ele consegue fazer o mapeamento por acompanhar a turma diariamente”, diz Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá e professora da pós-graduação em Alfabetização do Instituto Superior Vera Cruz.
Foi o que fez Aline Lima, professora da turma de 5 anos da Escola de Educação Básica e Profissional Embaixador Expedito de Freitas Resende, em Teresina. Depois de cada atividade com nome próprio, ela registra pautas de observação e analisa o que as crianças já conseguem fazer e no que enfrentam mais dificuldades. Ela organiza um portfólio para cada aluno e acompanha sua evolução. Além de avaliar o que já foi aprendido, Aline consegue planejar as próximas ações e apresentar novos desafios aos pequenos.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/nome-proprio/intervencoes.shtml

Por que alfabetizar com nome próprio?

A importância de trabalhar com o nome para dar início às reflexões sobre o sistema de escrita na Educação Infantil

Maria. João. Antônio. Cecília. Fernanda. Imagine se não tivéssemos um nome. No meio de milhões de outras pessoas, como seríamos diferenciados? A importância dessa palavra levou muitos linguistas e antropólogos a acreditar que a escrita foi fonetizada por causa dos nomes próprios, uma vez que os pictogramas não davam conta de codificá-los e registrar a diversidade de indivíduos. Atualmente, é difícil conceber uma sociedade que não utiliza o nome próprio para registrar a diferença – e, por conseguinte, a identidade – de cada membro.
Diante disso, como pensar, então, numa forma mais significativa para dar início à alfabetização escolar?
Foram as descobertas sobre a origem e o desenvolvimento da escrita, conhecidos como psicogênese (leia mais sobre a Psicogênese da Língua Escrita, de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, abaixo), que evidenciaram os processos de aprendizado das crianças e questionaram os métodos tradicionais de alfabetização, baseados na cópia de famílias silábicas. Com base nos estudos da pesquisadora argentina, a criança se tornou protagonista da própria aprendizagem. Desafiada pelas atividades e pelas intervenções do professor, a criança investiga, testa ideias, repensa, corrige. Aos poucos, se apropria do sistema de escrita.
Na etapa inicial de alfabetização, o papel do professor é ampliar, de maneira significativa, a inserção das crianças no universo da escrita, com o qual elas já têm contato por meio de, por exemplo, cartazes que veem na rua, da televisão e das listas de compras que seus pais fazem. “Não podemos dizer que se inicia o trabalho com nomes na Educação Infantil, mas que se dá continuidade a esse processo de alfabetização, que já estava acontecendo no ambiente familiar, de forma mais intencional e sistemática”, explica Andréa Luize, coordenadora do Núcleo de Práticas de Linguagem da Escola da Vila, em São Paulo. E nada melhor que uma palavra estável – não importa onde a criança veja seu nome, ele sempre estará escrito do mesmo jeito – para começar esse trabalho.
As crianças, aliás, intuem a importância do nome mesmo sem saber escrever. A psicolinguista Ana Teberosky, no livro Psicopedagogia da Linguagem Escrita, destaca a precoce tendência infantil a marcar suas produções, ainda que em forma de garatuja. Quando chegam à escola, essas crianças passam a dividir o espaço com muitos outros pequenos. Por isso, percebem que o nome delas adquire muito sentido quando identificam seus objetos pessoais, como mochilas e lancheiras. “Socialmente, a escrita do nome ganha relevância”, diz Andréa Luize.

Do nome próprio à compreensão do sistema alfabético de escrita

Na realidade da sala de aula, como utilizar essa palavra cheia de sentido? Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá e professora da pós-graduação em Alfabetização do Instituto Superior Vera Cruz, diz que o trabalho com os nomes próprios deve ter objetivos de aprendizagem diferentes, de acordo com a faixa etária dos alunos. “Nas turmas de 2 e 3 anos, por exemplo, a preocupação é fazer com que a criança reflita sobre as marcações dos pertences e sobre a sua identidade”, explica. Assim, ela se enxerga como um ser distinto dos outros que a rodeiam.
Já nas turmas de 4 e 5 anos, o nome passa a ser um contexto para a reflexão sobre o próprio sistema de escrita. À medida que vão se apropriando do sistema e percebendo suas regularidades, como quantidade e disposição das letras e combinação dos sons, os pequenos passam a utilizar esses conhecimentos adquiridos para descobrir e escrever novas palavras. “O nome próprio será um referencial importantíssimo para a leitura e escrita de outros textos e é o professor que propõe às crianças recorrer a essas fontes de informação para que resolvam um problema”, diz Diana Grunfeld, especialista em didática da alfabetização e membro da equipe de coordenação da Rede Latino-americana de Alfabetização.
Nos próximos dois blocos deste especial, você encontrará propostas de atividades e deintervenções que permitem às crianças avançarem em seus conhecimentos sobre a escrita.

As principais referências sobre o aprendizado da língua escrita

O trabalho com nome próprio na sala de aula já virou objeto de muitas pesquisas. No entanto, alguns estudos se tornaram referência para quem quer entender como se dá o processo de aquisição da língua escrita pelas crianças e qual o papel do professor nesse caminho. Abaixo, separamos três textos que podem contribuir muito para sua formação como professor alfabetizador.
                             

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/nome-proprio/por-que.shtml

O que é o Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDAH)



Antes de sugerir que um aluno tem hiperatividade, veja se é sua aula que não anda prendendo a atenção. Cinco pontos essenciais sobre esse transtorno.

Por Bianca Bibiano

À primeira vista, a estatística soa alarmante: de 3 a 6% das crianças em idade escolar sofrem com o Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (o nome oficial do TDAH), que muita gente conhece somente como hiperatividade. Quer dizer então que, numa classe de 30 alunos, sempre haverá um ou dois que precisam de remédio? Não. Na maioria das vezes, o acompanhamento psicológico é suficiente. E, se o problema for bagunça ou desatenção, vale analisar se a causa não está na forma como você organiza a aula. "Geralmente, a inquietação costuma estar mais relacionada com a dinâmica da escola do que com o transtorno", diz Ma­u­ro Muszkat, especialista em Neuropsicologia Infantil da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Quando o caso é mesmo de TDAH, são três os sintomas principais: agitação, dificuldade de atenção e impulsividade - que devem estar presentes em pelo menos dois ambientes que a crian­ça frequenta. Por tudo isso, nun­­ca é demais lembrar que o diagnóstico precisa de respaldo médico. Veja cinco pontos essenciais sobre o transtorno.

1. Agitação não é hiperatividade

Há dias em que alguns alunos parecem estar a mil por hora e nada prende a atenção deles. Isso não significa que sejam hiperativos. O problema pode ter raízes na própria aula - atividades que exijam concentração muito superior à da faixa etária, propostas abaixo (ou muito acima) do nível cognitivo da turma e ambientes desorganizados e que favoreçam a dispersão, por exemplo. Em outras ocasiões, as causas são emocionais. "Questões como a morte de um familiar e a separação dos pais podem prejudicar a produção escolar", diz José Salomão Schwartzman, neurologista especialista em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Nesses casos, os sintomas geralmente são transitórios. Quando ocorre o TDAH, eles se mantêm e são tão exacerbados que prejudicam a relação com os colegas. Muitas vezes, o aluno fica isolado e, mesmo hiperativo, não conversa.

2. Só o médico dá o diagnóstico

Um levantamento realizado recentemente pela Unifesp aponta que 36% dos encaminhamentos por TDAH recebidos no setor de atendimento neuropsicológico infantil da instituição são originados da escola por meio de cartas solicitando aos pais que procurem tratamento para o filho. "Em muitos casos, o transtorno não se confirma", afirma Muszkat. A investigação para o diagnóstico costuma ser bem detalhada. Hábitos, traços pessoais e histórico médico são esquadrinhados para excluir a possibilidade de outros problemas e verificar se os aspectos que marcam o transtorno estão mesmo presentes. Como ocorre com a maioria dos problemas psicológicos (depressão, ansiedade e síndrome do pânico, por exemplo), não há exames físicos que o problema. Por isso, o TDAH é definido por uma lista de sintomas. Ao todo são 21 - nove referentes à desatenção, outros nove à hiperatividade e mais outros três à impulsividade.

3. Nem todos precisam de remédio

Entre os anos de 2004 e 2008, a venda de medicamentos indicados para o tratamento cresceu 80%, chegando a cerca de 1,2 milhão de receitas, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Diversos especialistas criticam essa elevação, apontando-a como um dos sinais da chamada "medicalização da Educação" - a ideia de tratar com remédios todo tipo de problema de sala de aula. "Muitas vezes, o transtorno não é tão prejudicial e iniciativas como alterações na rotina da própria escola, para acolher melhor o comportamento do aluno, podem trazer resultados satisfatórios", explica Schwartz­wman. Quando a medicação é necessária, os estimulantes à base de metilfenidato são os mais prescritos pelos médicos. Ao elevar o nível de alerta do sistema nervoso central, ele auxilia na concentração e no controle da impulsividade. O medicamento não cura, mas ajuda a controlar os sintomas - o que se espera é que, juntamente com o acompanhamento psicológico, as dificuldades se reduzam e deixem de atrapalhar a qualidade de vida. Vale lembrar que o remédio é vendido somente com receita e, como outros medicamentos, pode causar efeitos colaterais. Cabe ao médico avaliá-los.

4. O diálogo com a família é essencial

Em alguns casos, os professores conseguem participar das reuniões com os pais e o médico. Quando isso não é possível, conversas com a família e relatórios periódicos enviados para o profissional da saúde são indicados para facilitar a comunicação. É importante lembrar ainda que não é por causa do transtorno que professores e pais devem pegar leve com a criança e deixar de estabelecer limites - a maioria das dificuldades gira em torno da competência cognitiva, da falta de organização e da apreensão de informações, e não da relação com a obediência. Durante os momentos de maior tensão, quando o estudante está hiperativo, manter o tom de voz num nível normal e tentar estabelecer um diálogo é a melhor alternativa. "Se o adulto grita com a criança, ambos acabam se exaltando rápido e, em vez de compreender as regras, ela pode pensar que está sendo rejeitada ou mal compreendida", diz Muszkat.

5. O professor pode ajudar (e muito)

Adaptar algumas tarefas ajuda a amenizar os efeitos mais prejudiciais do transtorno. Evitar salas com muitos estímulos é a primeira providência. Deixar alunos com TDAH próximos a janelas pode prejudicá-los, uma vez que o movimento da rua ou do pátio é um fator de distração. Outra dica é o trabalho em pequenos grupos, que favorece a concentração. Já a energia típica dessa condição pode ser canalizada para funções práticas na sala, como distribuir e organizar o material das atividades. Também é importante reconhecer os momentos de exaustão considerando a duração das tarefas. Propor intervalos em leituras longas ou sugerir uma pausa para tomar água após uma sequência de exercícios, por exemplo, é um caminho para o aluno retomar o trabalho quando estiver mais focado. De resto, vale sempre avaliar se as atividades propostas são desafiadoras e se a rotina não está repetitiva. Esta, aliás, é uma reflexão importante para motivar não apenas os estudantes com TDAH, mas toda a turma.

Contato: Mauro Muzskat

BIBLIOGRAFIA
No Mundo da Lua, Paulo Mattos, 182 págs., Ed. Leitura Médica, tel. (11) 3266-5739, 34 reais
Transtorno de Déficit de Atenção, José Salomão Schwartzman, 127 págs., Ed. Memnon, tel. (11) 5575-8444, 36

Internet: Palestras online para educadores sobe TDAH

Fundação Victor Civita © 2013 - Todos os direitos reservados.


Fonte: Via revistaescola.abril.com.br

sábado, 14 de junho de 2014

Aceitação autismo

 18 de junho, marca o Dia Orgulho Autista, que é sobre apreciar a neurodiversidade e aceitar o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) como um estado comportamental diferente e não uma doença. De acordo com a pesquisa contemporânea, uma em cada 88 crianças é afetada pelo autismo, e os meninos são mais suscetíveis ao autismo do que as meninas. A pesquisa também proclama que o autismo é mais comum em crianças, em comparação com Aids, diabetes, paralisia cerebral e até mesmo câncer.
A fim de entender melhor as pessoas que são , autistas ou estão lidando com autismo, eu decidi passar o tempo com meu único filho autista, e que além de mãe passei ser sua amiga.
Outro Relato
“Eu quero que a minha filha viva uma vida normal e saudável, mas cada vez que eu levá-la para um parque de diversões ou para uma caminhada, ela fica assustada. A razão pela qual ela não quer sair e jogar é porque a maioria dos pais não deixem seus filhos brincar com ela, sempre pensando que ela vai se tornar violenta e atacá-los se alguma coisa vai contra a sua vontade. “
Ela admite que houve momentos em que ela rezava para que o diagnóstico do médico fosse falho ou que seu filho era apenas lento, no entanto, uma vez que ela percebeu o quão bonito o seu filho realmente é, ela aceitou a sua situação de todo o coração. Ela narrou sua experiência como uma série de baixas altamente desanimadoras para momentos de sucessos emocionante.
“Ela é linda e diferente do resto das crianças e incrivelmente ágil para mim. Agradeço porque ela é única em sua própria maneira “, acrescentou.
É importante perceber que as crianças autistas são mentalmente saudáveis. Na verdade, alguns deles têm uma imaginação brilhante e sentido criativo, enquanto outros podem florescer a grandes alturas acadêmicas. Uma criança autista reage de maneira diferente aos estímulos externos, porque  é incapaz de interagir socialmente. Por isso, nós somos responsáveis ​​socialmente de acomodar-los para que eles crescem e se tornam indivíduos saudáveis.
Amina Siddiqui, fonoaudióloga e também  Diretora de Ziauddin Faculdade de Fonoaudiologia, muito justamente chamado a segregação de crianças autistas como “criminoso”, uma vez que se deteriora ainda mais a sua confiança.
Paquistão ainda está entre os países em que a população em geral confunde TEA com outros distúrbios como a síndrome de Down, paralisia cerebral ou retardo mental. É imperativo para o estado que os sintomas e condição de uma criança afetada por TEA são muito diferentes dos outros distúrbios acima mencionados e devem ser tratadas imediatamente.
Muitas crianças  são tímidas e evitam a interação social, no entanto, uma criança autista irá exibir um comportamento incomum, quando se encontrou em uma situação que perturba  sua rotina. A criança quer chorar incontrolavelmente ou age nervosa; no entanto, eles permanecem dóceis a maior parte do tempo e não prejudicar ninguém. Uma criança autista tem outros impedimentos também como dificuldade em prestar atenção e memorização.
“Os pais devem consultar um médico imediatamente se qualquer dos sinais indicados são detectados em uma criança. Geralmente os primeiros três anos de vida de uma criança são muito críticos e chamamos este período de tempo maleável. É importante trazer uma criança autista ao médico durante estes anos, porque a detecção precoce e intervenção podem controlar e reverter os danos “, disse Silva.
Uma equipe de neuro-pediatras, psicólogos e fonoaudiólogos ajudam no diagnóstico de crianças com autismo. Uma vez estabelecido que a criança tem autismo, a terapia, que varia de intervenção médica para exercícios comportamentais para desenvolver habilidades sociais e, sobretudo, terapia da fala, são usados ​​para tratar a criança.
Terapia da fala desempenha um papel vital no desenvolvimento de uma criança autista, que de outra forma se sente inadequado para se comunicar de forma eficaz.
“É importante compreender que os profissionais não qualificados são incapazes de diagnosticar a causa real do problema e isso poderia resultar na perda do período crucial de três anos depois que o dano se torna irreversível. A terapia deve ser personalizada para as necessidades de pacientes diferentes com base nos seus respectivos tempos e severidade da desordem. Um charlatão não é capaz de avaliar  e arruína a vida de uma criança que de outra forma poderia continuar a tornar-se um membro ativo e contribuinte da sociedade “, disse Silva.
Também é hora de praticar o que as outras sociedades civilizadas praticar em todo o mundo que apela para o desenvolvimento de medidas para introduzir a inclusão escolar . Referencias sobre Inclusão dão os princípios de deixar as crianças autistas se misturem com crianças normais nas escolas.
“Crianças na divisa da escala pode ser muito bem integrada no sistema de ensino regular, enquanto que as crianças no outro extremo pode não ser capaz de desfrutar esse privilégio;no entanto, eles certamente podem ainda ser treinados para se tornarem membros contribuintes da sociedade “, acrescentou Silva.
Os pais e parentes de crianças afetadas pelo autismo também desempenham um papel fundamental no desenvolvimento das habilidades sociais de tal filho. As terapias só mostrará resultados se as pessoas em torno de uma criança autista são mais compreensão e passar tempo com seus filhos, reiterando que é normal e saudável de ser autista. É verdade que ser um pai de uma criança autista  exigente maior trabalho, no entanto, as terapias trabalham maravilhas quando toda a família ajudam a criança a cerceando a comunicação e  lacuna social.
“O autismo não deve ser considerado como uma fonte de embaraço. Na verdade, deve ser tomado como bênção, porque essas crianças são extremamente talentosa e, até certo ponto todas as pessoas não-autistas compartilham certos traços de autismo “, disse a mãe de uma criança autista.
O autismo é incurável; no entanto, o tratamento humano, consideração, terapias e uma ajuda infância feliz crianças autistas para viver uma vida completa e significativa. O foco dos pais, parentes, educador e conselheiros deve ser em apreciar e aceitar a diferença, em vez de mudá-la.
Fonte: http://aspergereautismobrasil.wordpress.com/2014/06/10/autismo-aceitacao/

Como ajudar crianças com sensibilidade sensorial


Maneiras simples para ajudar os bebês a lidar com sensibilidade sensorial incluem corte rótulos fora todas as roupas e manter a casa tão tranquila quanto possível após a hora de dormir.
Com adultos, também é possível para bebês e crianças mais velhas a sofrer de sintomas associados com sensibilidade sensorial. A principal diferença é que as crianças mais velhas e adultos são capazes de dizer o que está incomodando-os, enquanto bebês não conseguem mostrar seu desconforto além de chorar.

 

Sinais de sensibilidade sensorial em crianças

 
Ao contrário dos sem tais problemas, uma criança que tem sensibilidade sensorial pode realmente lutam para dar resposta em determinadas situações, onde existem multidões ou um monte de ruído. Baby & Toddler sono soluções para manequins, Arthur Lavin e Susan Glaser (John Wiley and Sons, n/a identificar os seguintes sinais que podem indicar uma criança é afetada por problemas sensoriais:
  • Problemas para lidar com a mudança.
  • Fusses muito sobre a roupa.
  • Reclama de tags ou certos materiais.
  • Reage fortemente a pontos turísticos, cheiros, sons ou texturas.
  • Se recusa a tocar cola ou pintura na escola/casa.
  • Flinches ou não gosta de ser tocado.
  • Lutas no sensorial de Sobrecarga lugares como supermercados.
  • Facilmente assustada por situações.
  • Problemas para acalmar para baixo após desagradar/emocionantes eventos.
Enquanto um vírus ou infecção no ouvido podem causar muitos dos sintomas acima, uma criança que tem sensibilidade sensorial reagirá com freqüência das maneiras acima. Como as crianças mais jovens podem não ser capazes de simplesmente expressar em palavras o que é preocupante-los, é importante estar ciente dos sinais.

Como ajudar as crianças com sensibilidade sensorial

A boa notícia é que os pais que têm crianças com problemas de sensibilidade sensorial podem fazer algumas mudanças simples para ajudar as crianças a lidar melhor com a condição. Tornando a casa mais silenciosa não só beneficiará a criança com sensibilidade sensorial, ele também deve ter um efeito positivo sobre os pais na criação de um ambiente mais relaxado e calmo.
Tal como reconhecido por Lavin e Glaser, seguem-se vários ajustes chaves usados para ajudar as crianças com sensibilidade sensorial:
  • Diminua o volume.
  • Cortinas de blecaute no quarto da criança.
  • Compre um CD de ruído branco (para dormir).
  • Evite o fortes cheiro dos detergentes, sabões, produtos de limpeza.
  • Tente produtos livre de fragrância para ver se ajuda.
  • Manter a temperatura tão constante quanto possível.
  • Remova todas as marcas de roupa.
  • Evite comprar roupas feitas de material com comichão ou desconfortável.
  • Evitar áspero e peça de roupa antes de deitar.
  • Aprenda a massagem corretamente a criança (cursos em hospitais).
Como destacado acima, as crianças afetadas com sensibilidade sensorial podem lutam para dar resposta em ambientes ruidosos ou lotados. Ajudar as crianças com sensibilidade sensorial dormir melhor inclui compra cortinas blackout, estabelecendo uma rotina rígida antes de dormir e a remoção de marcas de roupas.
Fonte:
Lavin, r. & Glaser, s. Baby & Toddler sono soluções para manequins. Chichester: John Wiley & filhos, n/a

Fonte: http://aspergereautismobrasil.wordpress.com/2014/06/10/como-ajudar-criancas-com-sensibilidade-sensorial/

Diferenças entre Síndrome de Asperger e TDAH


As diferenças entre Asperger e TDAH são sutis, mas distinta. Saber diferenciar entre os dois é importante para os pais e os avaliadores.
Síndrome de Asperger e TDAH  têm muitas semelhanças superficiais. Ambos podem envolver problemas de comportamentos de desatenção . Na verdade, as crianças com transtornos do espectro do autismo (TEA) são freqüentemente diagnosticados com TDAH antes de um diagnóstico de autismo de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. No entanto, as duas condições não são as mesmas. É importante para os avaliadores serem capazes de fazer um diagnóstico diferencial completo entre TDAH e Asperger. Também é importante que os pais sejam capazes de dizer a diferença em seus próprios filhos que têm ambos os diagnósticos.
 
ASPERGER E TDAH NA COMUNICAÇÃO
 
Por definição, Asperger não inclui qualquer atraso significativo na linguagem (em oposição ao autismo). Entretanto, aqueles com Asperger tendem a ter diferenças marcantes na forma como eles usam a linguagem e tendem a ter deficiências de linguagem que não são normalmente encontrados em crianças com inteligência acima da média ou que  têm apenas TDAH .
 
Aqueles com Asperger tendem a ter deficiências na sua compreensão da linguagem não-literal, como gírias ou significados implícitos. Eles também tendem a ser mais detalhados e ter conversas mais unilateral que são movidos por seus próprios tópicos de interesse. Eles têm mais dificuldades para fazer mudanças em conversas ou falar sobre um tema de interesse de outro alguém. Aqueles com Asperger  às vezes também exibe menos de inflexão em sua voz.
 
Em contraste, aqueles com TDAH podem ter interesses que eles gostam de falar e eles podem amar  falar, mas suas conversas são mais recíprocas. Eles podem revezar-se de conversação e eles podem mudar de assunto para acomodar os interesses dos outros mais facilmente. Aqueles com TDAH também não tendem a ter deficiências específicas em sua compreensão e uso de linguagem não-literal e falar com tom normal de voz.
 
DIFERENÇAS DE SOCIALIZAÇÃO COM TDAH E DE ASPERGER
 
Aqueles com Asperger tendem a ter dificuldade em interpretar comunicação não-verbal e as nuances mais sutis de situações sociais. Por exemplo, eles não podem facilmente distinguir entre os comportamentos que podem ser adequados em um cenário e não em outro, ou eles podem ter dificuldades em interpretar expressões faciais ou posturas dos outros. Em contraste, aqueles com TDAH podem se distrair e não prestar atenção tanto a essas coisas, mas eles entendem e interpretam adequadamente.
 
Enquanto que aqueles com TDAH pode ser mais impulsivos e menos atento às necessidades de outros, resultando em mais ‘maus comportamentos’, eles podem facilmente considerar as perspectivas dos outros e eles facilmente participam em mais reciprocidade, ou dupla-face, nas interações sociais. Em contraste, aqueles com Asperger tendem a ser mais excêntricos e unilateral em sua abordagem para os outros. Não é que eles são indiferentes aos outros, mas que eles realmente têm uma dificuldade em  considerar a perspectiva dos outros.
 
MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO
Crianças Asperger e outras informações úteis para o diagnóstico
CONDIÇÕES COMORBIDADE ASPERGER
As dificuldades linguísticas e sociais para as crianças com Asperger tendem a resultar em prevenção de muitas situações sociais. Eles têm um monte de problemas e muitas vezes não entendem o porquê. Muitas situações sociais se tornam de uma forma muito estressante, especialmente com os colegas, e eles podem preferir adultos. Especificamente, é muitas vezes necessário o ensino de habilidades sociais para crianças com autismo . Crianças com TDAH podem ter conflitos de pares por causa de dificuldades de comportamento, no entanto, eles são mais socialmente orientadas.
 
 
DIFERENÇAS SENSORIAIS EM ASPERGER E TDAH
 
Todas as pessoas tendem a ter temas preferenciais de interesses ou atividades. No entanto, para aqueles com síndrome de Asperger, essas coisas muitas vezes pode ser abrangente e ficar no caminho de mais rotinas funcionais. Seus temas preferidos ou atividades também tendem a ter uma qualidade sensorial buscando a eles (muitas vezes visual ou tátil) e incluem a repetição. Eles também podem ser excessivamente sensível a coisas como som e eles tendem a se facilmente sobrecarregados com a entradas sensórias.
 
Crianças com TDAH costumam responder melhor às experiências que são altamente estimulantes. É por isso que eles podem se sentar por horas jogando um jogo de vídeo game, já enquanto assistem aula n a escola pode ser muito difícil. No entanto, eles tendem a processar a entrada sensorial de um modo típico. Aqueles com TDAH não necessariamente buscam experiências sensoriais de uma forma repetitiva ou excêntrica.
 
Asperger Vs  TDAH
 
Asperger inclui muitas dificuldades de comunicação, social, e as dificuldades sensoriais que são distintas no TDAH. Enquanto os dois distúrbios podem resultar em dificuldades comportamentais e sociais, é importante para os cuidadores e essencial para os avaliadores olhar além da superfície e distingui-las. 
AS AVALIAÇÕES QUE DEVIDAMENTE DIFERENCIAM ENTRE ASPERGER E TDAH PODE LEVAR A INTERVENÇÕES MAIS ADEQUADAS PARA AS CRIANÇAS.
 
 
 
Tradução livre e adaptada… 
Referências:
Associação Americana de Psiquiatria. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais Revisão Edição de Texto IV. 2000
Read more at Suite101: Diferença entre Síndrome de Asperger e TDAH | Suite101.comhttp://suite101.com/article/difference-between-aspergers-and-adhd-a271552#ixzz1yGMVSPKH

Fonte: http://aspergereautismobrasil.wordpress.com/2014/06/10/diferencas-entre-sindrome-de-asperger-e-tdah/

Aprendizagem x Desenvolvimento

- A Linguagem de crianças e pessoas com Síndrome de Down
1. Nível e forma da linguagem
A linguagem constitui um dos maiores desafios na educação de crianças e de pessoas com síndrome de Down. De fato, especialistas em linguagem e comunicação têm mostrado que suas habilidades lingüísticas não acompanham suas outras habilidades cognitivas.
Apesar deste atraso, todas as pesquisas apontam para o princípio de normalidade, isto é, que o desenvolvimento da linguagem na síndrome de Down segue as mesas seqüências e estabelece as mesmas estruturas mentais específicas que o resto da população. A diferença é que o desenvolvimento se dá mais lentamente, às vezes fica incompleto e nem todos seus componentes avançam no mesmo ritmo (Rondal, 2001; Miller, 2001). Uma das características mais importantes de sua linguagem é a diferença existente entre sua capacidade de compreensão e sua capacidade de expressão. Isto é, sua dificuldade é maior na produção de linguagem, na sua capacidade de se expressar. Assim, ocasionalmente as pessoas com síndrome de Down têm problemas com a morfologia.
A morfologia, dentro da semântica, faz referência aos elementos individuais da linguagem que, unidos a outros, dão-nos diferentes tipos de informação. Por exemplo, um "s" junto com a palavra casa indica o plural (casas). Os morfemas indicam além do número, o gênero ou os tempos verbais. As crianças aprendem a morfologia de maneira inconsciente ao mesmo tempo que falam. Entretanto, às vezes as crianças com síndrome de Down têm maiores dificuldades porque é difícil para elas discriminar alguns destes fonemas, como o “s” do plural, por causa de sua dificuldade de audição, outras vezes por não pronunciar os sons finais que dão mais trabalho. Por outro lado, há certos morfemas difíceis de ensinar, como “in” - indica negação ou que - ando é o indicativo do gerúndio. O melhor modo de aprendizagem é a prática.
Portanto, é preciso que sejam dadas à criança experiências nas quais se introduzam variações desse tipo. Por exemplo, ao brincar com ele, dizemos: "Olha, vou empurrar esta bola". “Estou empurrando a bola, viu?”. “Empurrei a bola e a bola caiu". No entanto, uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas pessoas com síndrome de Down é a sintaxe, isto é, a gramática ou normas que regem a forma da linguagem. Por exemplo, a ordem das palavras em uma frase, as frases complexas, as interrogações, etc. Os pronomes, o uso do passado ou a concordância entre o sujeito e o verbo são outras das dificuldades mais destacadas. Está demonstrado que a leitura é um recurso muito valioso para ajudar às crianças a interiorizar as regras da sintaxe.
No que diz respeito à linguagem pragmática, já definida anteriormente em outro item, às vezes também se encontram dificuldades. A linguagem pragmática, entendida como a comunicação na vida real, aprende-se com a prática e está intimamente relacionada com aspectos culturais e sociais. Às vezes as crianças com síndrome de Down têm dificuldades com o contato visual, com as distâncias interpessoais, ou de iniciar ou manter uma conversação sobre um tema concreto.Tudo isso deve ser trabalhado desde que as crianças são pequenas, sendo os pais os melhores modelos. Estes têm que expor a criança a diferentes experiências com diferentes possibilidades de interação e comunicação com outras pessoas, tanto pessoas conhecidas, como desconhecidas.
2. A que se devem estas peculiaridades na linguagem das pessoas com síndrome de Down?
Para responder a esta pergunta, é preciso fazer uma revisão das características perceptivas, sensoriais, físicas e cognitivas das pessoas com síndrome de Down. Em primeiro lugar, muitas pessoas têm problemas auditivos ou visuais que dificultam tanto a audição como a visão. Por outro lado, é possível que, apesar de receber este estímulo sensorial, auditivo ou visual (isto é, serem capazes de ouvi-lo e vê-lo) não percebem o estímulo de maneira adequada, isto é, não dão a ele o significado que possui. Assim, uma criança pode ouvir a campainha da porta, mas não entender que isso indica que alguém está chamando atrás da porta.
Em segundo lugar, existem capacidades cognitivas que intervêm decisivamente na aquisição adequada da linguagem e que às vezes afetam as crianças com síndrome de Down: é difícil para elas realizar generalizações, sua memória auditiva é menor à curto prazo, o processamento e compreensão do que escutam é mais lento, elas têm dificuldade para selecionar uma determinada palavra e seu pensamento abstrato geralmente é mais limitado. Todos estes fatores fazem com que as pessoas com síndrome de Down tendam a desenvolver uma linguagem mais concreta quanto ao conteúdo, que contém frases mais curtas e de gramática mais simples. Todos estes aspectos podem fazer com que a comunicação seja menor, não simplesmente por estas dificuldades, mas também como conseqüência da realimentação que recebem: "como não me entendem, não falo e não me comunico".
Por tudo isso, pode-se afirmar que a linguagem da criança com síndrome de Down costuma ter um nível inferior ao de sua capacidade ou nível intelectual. Em outras palavras, se tomarmos apenas sua linguagem, pensaríamos que tem um déficit intelectual maior do que o real. Isto não ocorre nas pessoas com outros tipos de deficiência intelectual. (Fonte: Canal Down21/ Tradução:Ubiratan Garcia Vieira)

Fonte: NeuroSchola

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Como dizer não para seus filhos?

"Sabe qual é a maneira mais certa de deixar seu filho infeliz? Acostumá-lo a receber tudo." Essa frase foi escrita pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau, no livro "Emílio ou Da Educação", em 1762. E não é que continua valendo hoje? Segundo Rousseau, se você der tudo a uma criança, seus desejos só farão crescer devido à facilidade em satisfazê-los e ela terá de lidar então com sua própria ansiedade, com sua tirania e com a decepção de o pai, em algum momento, parar de atendê-lo, já que satisfazer tudo é impossível. "São sentimentos muito mais difíceis de administrar para uma criança, e que causam mais dor do que simplesmente ter um desejo negado", diz Rousseau.

Ajudar os filhos a lidar com as frustrações e orientá-los sobre o que é razoável ou não os torna mais seguros e flexíveis. As crianças precisam aprender que suas atitudes têm consequências e que elas não podem fazer tudo o que quiserem. "Frustrar determinadas expectativas, dizer não, é ensinar. Essa é uma função paterna e materna, faz parte de educar", diz Magdalena Ramos, terapeuta de casal e família e autora do livro "E Agora o que Fazer? A Difícil Arte de Educar os Filhos", da editora Ágora.
Ultimamente, porém, pronunciar essa palavrinha tão curta parece extremamente difícil. Muitos pais e mães trabalham muito e se sentem culpados e em falta em relação aos filhos... Ou porque lhes dão menos atenção do que gostariam ou porque os vêem por pouco tempo. "Isso provoca um desejo de compensar os filhos fazendo suas vontades e não colocando limites que causariam frustração a todos", diz a psicóloga Rosana Augone. Claro, uma mãe que chega em casa cansada e tem apenas uma hora para dar banho e jantar antes de colocar seu filho na cama, a última coisa que quer é provocar uma briga ou suportar uma birra. Mas evitar um não necessário é daqueles ‘baratos que saem caro’. 

O não é sempre uma frustração de uma expectativa ou desejo - e não há como aliviar isso. O que acontece é que são essas frustrações que formam o caráter da criança, ensinando-a a buscar de forma criativa outras maneiras de se sentir satisfeito e percebendo que é possível suportar uma espera ou mesmo a não realização de seu desejo. "Isso torna a criança mais forte para as intempéries que certamente a própria a vida lhe trará", diz Rosana. Dizer não faz parte, e é bom para o seu filho. Então, que tal aprender a fazer isso, sem culpas? Eis algumas orientações para guiar você nesse importante caminho.



1- Aprenda isso em casa

Na vida, sempre será preciso enfrentar frustrações e respeitar limites. As crianças precisam estar preparadas para isso. É melhor que elas aprendam em casa, com seus pais, em um ambiente no qual sabem que são amadas e se sentem protegidas do que fora, ou muito mais tarde, quando a queda pode ser maior.

2-Saiba quando dizer não

Escolha os "nãos" que você vai dizer. Pense quais são os pontos realmente importantes, de que você e sua família não abrem mão: a hora do sono? A comida? Situações que colocam em risco a segurança da criança, os bons modos, o respeito aos mais velhos? Não dá para dizer "não" o tempo todo e as crianças experimentam e fazem pequenas besteiras. Você pode deixar passar as bobagens ou tratá-las de modo menor. Mas algumas coisas, as realmente importantes, têm de estar bem marcadas e claras.

3-Seja firme e coerente

"A melhor forma de dizer um não para o seu filho é apenas dizê-lo quando você estiver seguro de que é um não mesmo, que não vai virar um sim depois", diz a psicóloga Rosana Augone. Ou seja, é preciso ter coerência ao dizer não, para que a criança possa ir aprendendo. Não dá para proibir uma coisa um dia e, no outro, por estar cansado ou para não armar uma briga, ceder.

4-Os pais têm que entrar em acordo

É importante que os pais combinem esses "nãos" juntos, ou que se falem antes de dar uma resposta, para que a criança não fique perguntando para um e depois para o outro e manipulando a situação.

5-Controle as opções

Seu filho pequeno não precisa ter tantas escolhas, isso é angustiante para uma criança. Não faça muitas perguntas ou deixe muitas decisões para ele tomar, isso desorienta. "Alguém de 2 anos não pode decidir o que vai vestir, por exemplo", diz Magdalena. "Porque vai escolher a roupa mais nova ou uma fantasia ou a de determinada cor, sem levar em conta o tempo, o frio que faz, aonde vai. Essa não é uma decisão para uma criança." A tomada de decisões deve ser ampliada de acordo com a autonomia e a maturidade da criança.


6- Um "não" para cada idade

"Cada idade tem seus "nãos". Uma criança de 3 anos pede "nãos" e consequências mais contundentes e imediatas que uma criança de 6 ou 7 anos, que já consegue negociar e já não faz tanto uso da birra. Já o adolescente precisa de "nãos" e consequências muito claras, pré-combinadas e justas" diz Rosana Augone.

7-Cuidado com as birras

Birras em público parecem ser as "preferidas" das crianças, porque a probabilidade de os pais cederem é maior. As crianças sabem disso e os pais ficam com muita vergonha. "Nestas situações, o melhor é se retirar para um local o mais privativo possível, abaixar, segurar seu filho pelos braços com firmeza, mas sem machucar, pedir para ele olhar nos seus olhos e dizer o que ele precisa fazer, por exemplo: parar de gritar, não se jogar no chão, etc.", orienta Rosana Augone. Ao dizer um não, o tom de voz, a altura de que você fala e a linguagem tem de ser clara. Depois de deixar claro isso, tente chamar a atenção da criança para outra coisa.

8-Fiscalize suas ordens

Existem situações em que a criança "pede" o não, testa se aquele combinado é para valer e quer saber se os seus pais estão prestando atenção nela, se estão vendo que ela está ou não cumprindo o combinado. Ela quer ouvir de novo aquele não de seus pais para reafirmar o que é certo e sentir-se segura. Essa é a hora de não titubear.

9-Tolere a raiva

É normal seu filho ficar com raiva de você ao receber um não. Respeite essa raiva. Tolere-a. Saiba que isso faz parte de sua educação e que aprender a ouvir não e lidar com eles fará dele uma pessoa mais feliz e flexível.

10-Entenda seu lugar de pai/mãe

Não é porque o seu filho sabe argumentar bem, explicar razões, que o argumento dele vale mais que o seu. Ele precisa saber que não é ele quem decide determinadas coisas, por mais que as queira ou as entenda.

11-Não sinta culpa

Não se deixe levar pela culpa, achando que você tem de dar mais, fazer mais pelo seu filho. Mas esteja lá quando puder. Se você tem pouco tempo para estar com seu filho, faça desse tempo um tempo de qualidade, estando de mente e corpo presente. "Muita gente faz de conta que brinca com o filho, mas na verdade está olhando mensagens no celular ou pensando em coisas de trabalho", diz Magdalena. Dê atenção à criança e, quando não puder, diga claramente que naquele momento não dá.

12- As influências de fora

Às vezes, seu filho quer muito algo (ir a uma festa, assistir a um determinado programa ou ganhar um objeto caro, por exemplo). E todos os outros pais da escola, mesmo que alguns até achem inadequado, cederam. "Não é nada fácil fugir da influência da mídia e dos outros", diz a psicóloga Rosana Augone. "Mas explicar ao seu filho porque você está dizendo aquele não, porque você não concorda com a maioria e deixar claro como sua família pensa e no que credita é da maior importância para a construção moral dele".


Fonte: Educar para Crescer