A gagueira é uma desordem que ocorre na fala e, por isso,não faz parte do desenvolvimento normal de linguagem. Não apresenta uma causa única, nem tão pouco definida, pois, resulta da interação de fatores biológicos, sociais e psicológicos. A frequência e severidade com que ocorre variam dependendo da quantidade de “estresse comunicativo” a que o indivíduo é exposto, ou seja, às exigências impostas para que se torne “um bom falante”.
Devido às exigências do ouvinte, a criança tenta se auto-corrigir e antecipa a sua fala , apresentando falhas e utilizando como recurso movimentos associados de face e/ou corpo (piscar os olhos, balanceio de determinadas partes do corpo) simultaneamente a fala. Além disso, pode-se dispor de outros mecanismos como “forçar” a saída da fala. No entanto, quando utiliza-se deste meio, acaba por apresentar repetições, prolongamentos, bloqueios, hesitações e pausas de sons, sílabas, palavras e/ou frases. Diante disso, podem ocorrer dificuldades de fala antecipatórias que se tornam, muitas vezes, uma condição necessária, para que possa dar continuidade a fala, pois a partir de então, consegue comunicar-se com o outro por meio da comunicação oral.
No que diz respeito à terapia há diferentes abordagens terapêuticas para o tratamento das gagueiras infantis. Cada caso deve ser analisado individualmente. O êxito no tratamento depende das características da criança/família, da motivação, cooperação e também do conhecimento e competência do profissional. O profissional indicado para realizar este tratamento é o Fonoaudiólogo. Muitas vezes é necessário que a fonoterapia seja realizada em conjunto com o atendimento psicológico, já que fatores emocionais, quando não são desencadeantes, podem funcionar como mantenedores do quadro associado a outros fatores etiológicos.
Mesmo a criança realizando tratamento especializado os pais, familiares e professores podem auxiliar na fluência das crianças da seguinte forma: utilizar frases curtas e palavras simples; não completar a fala da criança; não demonstrar ansiedade na frente da criança; evitar chamar a criança de “gago”, pois isso faz com que se identifique como tal; escutar com paciência o que a criança tem para falar prestando atenção no que está falando, e não no modo como está realizando seu discurso, e evitar situações que possam deixá-la ansiosa, nervosa.
Texto escrito pela Fga. Adriana Braga Grandin - CRFª 8291
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