sexta-feira, 6 de julho de 2012

* Esquizofrenia em crianças e adolescentes


A esquizofrenia pode ser conceituada como um transtorno do neurodesenvolvimento associado a déficits na cognição, afeto e funcionamento social.
A esquizofrenia infantil é definida como o aparecimento de sintomas psicóticos específicos e prejuízos nas funções adaptativas antes dos 13 anos de idade. Alguns autores denominam a patologia com surgimento nessa faixa etária de esquizofrenia de início muito precoce (Very Early-Onset Schizophrenia – VEOS). Já, quando sua ocorrência se dá na adolescência (entre 13 e 17 anos), é nomeada esquizofrenia de início precoce (Early-Onset Schizophrenia – EOS).
A dificuldade em se diagnosticar esquizofrenia na infância e na adolescência já se inicia no processo de avaliação.
O pensamento infantil é rico em fantasias e crenças mágicas, que preponderam sobre o pensamento lógico.
Na fase da adolescência, encontramos uma “certa desestruturação” psíquica, considerada por alguns autores como “fisiológica”. Quadros esquizofrênicos podem vir associados a retardo mental ou a outros transtornos do desenvolvimento, a sintomas afetivos ou a sintomas de autismo, o que implica uma maior heterogeneidade psicopatológica e complexidade diagnóstica.
Existe um grupo de crianças que apresentam sintomas psicóticos breves, com déficits da atenção e das habilidades sociais, aliados a alterações da estrutura cerebral e respostas a testes neuropsicológicos semelhantes às de pacientes esquizofrênicos, e que têm história familiar de parentes em 1º grau com transtorno do espectro esquizofrênico. Kumra (2000) avaliou esses pacientes, identificando-os como portadores do que foi chamado de Síndrome de Prejuízo Multidimensional. De acordo com esses autores, grandes evidências sugerem tratar-se de um quadro pertencente ao espectro da esquizofrenia infantil.
Pelo exposto, pode-se perceber que prudência e observação a médio ou longo prazo são imprescindíveis para se concluir pelo diagnóstico de esquizofrenia, o que não significa deixar de introduzir a terapêutica adequada o mais precocemente possível, evitando-se, por meio de medidas terapêuticas, seqüelas e cronificação.
Quanto à prevalência de transtornos psicóticos em crianças e adolescentes, encontram-se valores de aproximadamente 1% em amostras comunitárias. Dados em relação à esquizofrenia infantil são bastante limitados. O início dessa patologia na infância é considerado raro, estimando-se uma prevalência 50 vezes menor do que em adultos. Na série de casos de Kolvin (1971), foi notado que o autismo era 1,4 vezes mais comum do que a esquizofrenia infantil.
Quanto ao sexo, os valores variam de acordo com os estudos; estes apontam desde razões que indicam ligeira predominância masculina (1,5 a 2 para 1) a razões essencialmente iguais entre os sexos. Em relação aos níveis de inteligência há indícios de que a maior parte das crianças esquizofrênicas se encontra nas faixas de inteligência média-baixa e média, sendo elas provenientes de populações com menor poder aquisitivo e com história familiar positiva para a doença.

Fonte: http://esquizofrenia-info.blogspot.com.br/2012/06/esquizofrenia-em-criancas-e.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário