quinta-feira, 10 de maio de 2012

* Realidade de atuação e o que é ser professor


Ser professor não é um passatempo, aplicar atividades sem objetivos, desconsiderando a etapa que cada criança vive num maternal, pré-escolar e demais séries. Ser professor é: “sutilmente levar o outro a descobrir-se, conduzindo-o dentro de si até que encontre a resposta”.


Uma preocupação do sistema educacional é a formação e atuação docente, a qual reflete as escolhas realizadas desde o término do Ensino Médio, que perpassa o Ensino Superior e assim por diante, o efeito “bola de neve”.

Posso destacar que é indagador entrevistar algumas professoras da Educação Infantil e ouvir depoimentos como os que serão pontuados logo mais. Realmente essa realidade ajuda a concluir que as crianças saem da escola, muito inseguras de suas escolhas para traçar uma caminhada tão intensa de responsabilidades.

Com essas referências que considero a importância das escolhas profissionais, as quais devem ser realizadas a partir dos objetivos, desejos e significados que toda a aprendizagem armazenada da Educação Básica possa ter e contribuir para as diversas atuações do profissional. Se a pessoa escolhe abraçar a docência em suas diversas modalidades de Ensino, primeiramente esse deve ter consciência de seu trabalho, de suas obrigações e deveres enquanto educador. Os desafios são certos, pois estarão sempre presentes em sua caminhada, mas o fundamental é saber como enfrentá-los e também estar disposto a tal, pois o Educador está ciente dos problemas educacionais do Brasil.

Como Educadora não sei colocar como me senti durante as entrevistas. Algumas respostas foram motivadoras para continuar a caminhada. Por outro lado, um universo foi motivo para um momento de reflexão: Será que ainda há espaço para esse tipo de acontecimento? Existem tantos professores capacitados, que buscam o conhecimento com o objetivo de fazer a diferença na Educação de suas crianças. Onde eles estão? Alguns estão conosco e os outros?

Por exemplo, na realidade de um Centro Municipal de Educação Infantil, no qual foi realizada uma Pesquisa, várias professoras[1] foram entrevistadas e uma das perguntas era: Quais os motivos da sua opção pela Educação Infantil? Por quê? Sujeito 1: “eu caí meio de para quedas. Surgiu o concurso. Quando eu entrei, eu não tinha noção do que eu ia enfrentar. Eu fui aprendendo mesmo na prática. Depois que eu fui fazendo cursos, fui fazer faculdade e daí fui me interando mais da parte teórica”. Sujeito 2: “Por que eu passei no Concurso e por necessidades financeiras mesmo”. Sujeito 3:Eu sou analista de laboratório, técnica, funcionária de laboratório e... depois quando eu estava fazendo curso de pedagogia, que a minha primeira opção era direito optei pedagogia eu fui fazer pedagogia e agora vou começar direito”.

De acordo com a realidade das três respostas fica nítido que outras influências contribuíram para a escolha dessas professoras. Por alguns instantes, pode-se dizer que há uma imagem deturpada do que é ser professor? Digo que não é uma fuga para qualquer outra frustração nas demais profissões.

Ser professor é ter comprometimento, buscar o conhecimento todos os dias, preocupar-se com o processo de aprendizagem de cada criança, estar voltado para a construção de um saber com sentido e significado, não como um depósito de informações. É abraçar a profissão independente das limitações, pois são inúmeras, mas que o professor precisa enfrentá-las.  

Como educadores devemos lutar diariamente por uma formação continuada, onde o professor tenha conhecimento de mundo e seja representante deste, dentro de sua sala de aula. Ser professor não é um passatempo, aplicar atividades sem objetivos, desconsiderando a etapa que cada criança vive num maternal, pré-escolar e demais séries. Ser professor é: “sutilmente levar o outro a descobrir-se, conduzindo-o dentro de si até que encontre a resposta”.

Ana Regina Braga

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