segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Qual é o perfil da escola para o TDAH?


Não será possível colocar todas as características de uma escola apropriada para o TDAH, mas escolhi algumas que podem ajudar você.
Não será possível colocar todas as características de uma escola apropriada para o TDAH, mas escolhi algumas que podem ajudar você.
Eu sei que muitas vezes é difícil tomar algumas decisões. Quando falamos de filho, as decisões ficam mais difíceis. Mas se a escola ou professores não entende o hiperativo ou a criança com déficit de atenção, O que fazer?

Não é fácil, às vezes ficamos presos pela insegurança em trocar o nosso filho de escola imaginando que ele vai passar pelas mesmas inseguranças, o medo do novo ou de como lidar com um lugar totalmente desconhecido.

Diversas perguntas vêm a nossa mente mas elas estão voltadas somente a uma: Será que eu não vou trocar 6 por meia dúzia ou por algo pior?
Eu sei como é o coração de um pai de um TDAH – eu sou um pai de um TDAH.

A escola muitas vezes não entende os problemas e quer que o nosso filho seja “como ou melhor” que os outros, mas o engraçado é que quando comparamos “um professor com o outro” ou uma “escola com outra” eles não aceitam estas comparações.

Os nossos filhos são comparados, mas os seus professores ou os diretores não admitem comparações. Mas eu penso da seguinte forma – “Eu preciso lutar para o meu filho não perder a vontade de estudar, não perder a vontade de buscar conhecimento e ter prazer em aprender. Eu não vou deixar ninguém tirar esta vontade dele.”

Se a escola tem um papel fundamental para os nossos filhos, precisamos ter critérios para escolher a escola para eles – ainda mais quando ele tem TDAH.

Como escolher a escola para um TDAH?

A escola necessita estar próxima a família: Ela não pode ignorar o TDAH, seus limites e como age, mas deve fornecer um complemento de educação que a criança possa entender a matéria de forma criativa ou diferente de outros alunos. 

A escola de hoje quer robotizar as crianças com os sistemas pedagógicos e educacionais que são dados por educadores que não conhecem as limitações do TDAH. Muitas vezes acreditam que a repreensão severa ou mostrar autoridade pela severidade vai resolver os problemas pedagógicos ou do senta e levanta na classe. Não é desta forma.


O conteúdo pode ser igual a todos, mas o modo de passar este conteúdo pode ser diferente ou especializado para as crianças que não tem facilidade de aprender. Isso entra a competência dos coordenadores pedagógicos e professores que estão na frente da classe.


A escola não pode instigar a competitividade e resultados quantitativos
As escolas que enfocam a formação do aluno valorizando suas diferenças individuais e enfatizam o lado humano das relações em um contexto “bio-psico-social” são mais indicadas para portadores de TDAH do que as escolas que priorizam a competitividade e os resultados quantitativos.

O mundo de hoje está influenciando até o modo pedagógico. As escolas querem formar mini gênios, alunos que entrem nas melhores faculdades para servir de garotos (as) propagandas.

Eles imaginam que quanto mais informação e conteúdo, mais o aluno vai estar preparado o para o dia de amanhã. Basta ver as escolas de hoje que trabalham com sistemas prontos como se fosse o MC Donald’s.

Para eles, o sistema pedagógico nunca é particular, mas nacional. O livro “a” ou o sistema de ensino “b” – eles não podem sair do método porque já está proposto pelo ensino do livro “a’ que é desta forma. Mas será que o livro “a” conta com a dificuldade do TDAH ou de outras crianças ou ele é feito para crianças que não possui dificuldade nenhuma?

O problema é que estas escolas não param para pensar que o conhecimento é por tijolo e não placas industriais. Muitos acreditam que o conhecimento deve ser como aqueles prédios que são feitos de um dia para o outro, mas ele deveria ser como aquela casinha que é feita tijolo por tijolo sustentada por uma base segura.

A criança nem aprendeu o conteúdo de forma clara que foi repassado a 2 aulas atrás, mas o professor já está passando uma matéria nova. Qual é o problema?

O problema é que a matéria nova depende de um bom aprendizado da matéria de aulas anteriores, mas se elas dependem uma da outra, como é que a criança vai aprender as matérias que vem a seguir?

O que acontece com os alunos de TDAH nestas escolas?


Eles se fecham porque não conseguem acompanhar a classe. Começa o problema destes alunos, eles se trancam, tem medo de perguntar suas dúvidas para a professora para não ser chamado de “burro” pela classe. Muitos destes alunos começam a diminuir a letra para que na correção da professora, ela não tenha clareza do que está escrito e não corrija os seus erros.
Eles já tem dificuldades para ter a atenção no que esta sendo ensinado, ainda mais quando não são compreendidos.

Ele espera a correção na lousa para copiar e quando os pais olham para o seu caderno – está tudo certo. Mas isso faz com que o diagnóstico familiar demore a procurar uma ajuda profissional. Quando vamos estudar com eles, detectamos que eles não sabem nada, mas tem boas notas. Mas isso é um meio de defesa do TDAH.

O ambiente de competitividade não é um ambiente calmo nem para os profissionais, quanto mais para um aluno com TDAH. Ele precisa de um ambiente agradável e confiante para que suas dúvidas sejam esclarecidas. Se possível, uma classe com um numero reduzido de alunos para que ele possa ter a atenção necessária.

Então, uma escola que se preocupe com o desenvolvimento do aluno e não enfoca algum tipo de desempenho acadêmico, artístico ou esportivo no sistema competitivo deve ser uma boa escola para as crianças com TDAH.

Não que devemos tratar o TDAH como uma criança doente, mas devemos saber qual é o seu limite para que eles cresçam em seu conhecimento.
UMA ESCOLA ABERTA PARA UMA RELAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Deve haver uma abertura para uma relação multidisciplinar – a escola – o médico – a família – o terapeuta – deve ter uma comunicação para troca de informações sobre os aspectos e definições da conduta mais indicada para cada caso.

O professor deve aceitar cada aluno com suas características e limitações, ele deve promover uma motivação em sala de aula para tornar o aprendizado prazeroso. O aluno TDAH precisa de uma motivação e flexibilidade para adaptação do que deve ser aprendido.

Esta modificação e flexibilidade do método da confiança ao TDAH no professor e na escola para que ele vença os obstáculos e tenha um desenvolvimento sem sofrer pressão externa e interna. Ele necessita um porto seguro.

Enfim, a escola necessita trabalhar as dificuldades dentro dos limites de cada um sem sofrer pressões para que tenha desempenho.
Não queira que seu filho seja alguém que ele pode ser.

Não queria que seu filho seja o que você não foi.
Se o seu filho tem TDAH, procure uma ajuda profissional. Não o culpe, mas ajude-o.
Bibliografia
· Distraídos e a 1000 por hora – Guia para familiares, educadores e portadores de TDAH- Autores :Simone da Silva Sena e Orestes Diniz Neto – editora artmed

Nenhum comentário:

Postar um comentário