4 a cada 10 pais acreditam saber tudo que seus filhos fazem na web, mas 62% das
crianças já passaram por "experiências negativas"
Acompanhar seu filho na rede é a atitude essencial para protegê-lo
As crianças brasileiras são campeãs mundiais de tempo passado online: elas
ficam, em média, 18,3 horas por semana conectadas à internet. A média mundial é
de 11,4 horas por semana - 10% a mais do que no ano passado, quando a média era
9,17 horas semanais. Este e outros dados interessantes sobre a relação das
crianças com a web - e o papel dos pais nesta equação - foram divulgados ontem
em um relatório de uma empresa de segurança online.
De acordo com o Norton Online Family Report, realizado com mais de 9.800
pessoas em 14 países - entre eles Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos,
França, Índia, Itália, Japão e Reino Unido - 4 a cada 10 pais afirmam que sempre
sabem o que seus filhos estão fazendo online. Um número surpreendentemente alto
diante da quantidade de crianças que afirmam ter "experiências negativas" na
web: 62% das entrevistadas. Será que os pais realmente monitoram seus filhos? "É
possível que eles monitorem o computador de casa, mas muitas vezes as crianças
acessam de locais públicos", alerta a advogada Marcela Macedo, do escritório
especializado em direito digital PPP Advogados e coordenadora do Movimento
Criança Mais Segura na Internet.
52% dos pais admitiram que estão conscientes das atividades internéticas das
crianças somente "algumas vezes". Só 5% dos pais confessaram não ter a menor
ideia do que os filhos fazem online. Mas, para as crianças, 20% dos pais não
sabem de suas atividades e paradeiros virtuais.
E, afinal, o que as crianças fazem online?
Segundo as respostas delas mesmas, 83% jogam, 73% navegam pela internet, 71%
fazem tarefas escolares e 67% conversam com os amigos.
Seis a cada 10 pais se preocupam com a possibilidade de seus filhos ficarem
expostos a conteúdos indecentes. Eles temem, ainda, que as crianças forneçam
informações pessoais demais. Uma preocupação que, para Marcela, tem muita razão
de ser. "A criança pode não publicar o endereço da escola onde estuda, mas
posta, por exemplo, uma foto com a camiseta do uniforme. Ela não tem experiência
suficiente para filtrar aquilo que ela publica, ou para entender o risco que
estas informações podem trazer", diz ela.
Experiências negativas
Na pesquisa mundial, 62% das crianças disseram ter tido experiências
negativas online. 41% delas relataram ter sido convidadas a fazer parte de redes
sociais por pessoas que não conheciam. 33% baixaram vírus. 25% viram imagens
violentas ou de nudez e 10% foram convidadas por pessoas desconhecidas a se
encontrar com elas na vida real.
As crianças reagem a estas experiências negativas de maneiras diferentes.
Mais de um terço delas sentem raiva, frustração, medo e preocupação depois das
experiências. Um quinto sentem-se envergonhadas, pois acreditam que a culpa pela
experiência é delas.
"É fundamental que as crianças saibam que seus pais vão ouvi-las e ajudá-las
a corrigir as coisas", recomenda Marian Merritt, Conselheira de Segurança na
Internet da Norton, no relatório. Marcela concorda e revela a palavra-chave para
que os filhos naveguem com segurança: participação. "Os pais precisam participar
da vida digital dos filhos, para evitar ao maximo que as coisas ruins cheguem às
crianças. O que eles acharem necessário para a segurança dos filhos, devem
fazer", recomenda. É importante lembrar que os pais também devem conhecer a
rede: "Não há como orientar sem conhecer", finaliza.
Dicas práticas para monitorar o uso da internet por seu filho
- De tempos em tempos, pesquise os nomes da criança em um sistema de busca,
para ver o que aparece.
- Dependendo da idade de seu filho, vale ter as senhas de emails, programas
de mensagens instantâneas e redes sociais das quais eles participam. Você pode
criar os perfis junto a ele.
- Navegue junto à criança e estabeleça horários para o uso do computador em
casa.
- Instale um bloqueador de endereços impróprios.
- Navegue sozinho, participe das redes sociais em que seus filhos se
encontram, tenha perfis de programas de mensagens instantâneas. É preciso
conhecer para ensinar.
- Deixe o computador de casa em um lugar de passagem, como numa
mesa no corredor ou na sala.
Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/como+proteger+seu+filho+na+internet/n1237719174113.html
Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/como+proteger+seu+filho+na+internet/n1237719174113.html
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