É de pequenino que se torce o pepino? Recorremos aos especialistas para ajudar na educação de seu bebê
Segundo Vera Ferrari, é preciso compreender as crianças abrir e abrir exceções em nome do bem-estar delas
Depois de uma semana intensa de trabalho, com pouco tempo para os filhos, é difícil não ceder aos apelos infantis. A saudade se mistura à culpa e tudo o que os pais querem é ser amados por suas crianças. Nessa hora, o perigo é recompensar os filhos realizando todos os desejos e dizendo sempre "sim". É preferível fazer um esforço para encontrar mais tempo para desfrutar da família e manter-se firme no papel de educador. Não vale mudar as regras só porque ficou longe das crianças por tempo demais.
Mas existem motivos nobres para flexibilizar a disciplina em casa. Use suas antenas superpoderosas de mãe para detectar se, em determinado período, seu filho precisa de mais atenção por algum motivo. Se ele dorme sempre no próprio quarto, mas em uma determinada noite mostra-se assustado ou ansioso para pegar no sono sozinho, ofereça aconchego em sua cama sem medo de quebrar a regra. "Os limites não são mais importantes do que o filho. E as crianças têm nuances, singularidades e são diferentes entre si. É preciso compreendê-las a cada momento e, se for o caso, abrir exceções em nome do bem-estar delas", pondera Vera Ferrari.
Para entender mais estratégias como essas e aprender outras, os pais podem investir em leituras específicas. O pediatra norte-americano Harvey Karp, por exemplo, procura ajudar os desesperados pais de filhos a partir de 2 anos. Autor do best seller "O Bebê Mais Feliz do Pedaço" (Planeta), entre outros, Karp é professor da Escola de Medicina da Universidade de Santa Mônica, na Califórnia, e costuma comparar as crianças a pequenos "homens das cavernas". E as razões são evidentes: apesar de muito espertas e inteligentes, elas ainda não adquiriram domínio verbal e costumam expressar as emoções com as armas que conhecem.
Outros títulos para aperfeiçoar suas habilidades de educadora são "Como Não Ser Uma Mãe Perfeita" (Publifolha), de Libby Purves, que reúne diversão e informação para ensinar a lidar com os principais problemas de cada fase sem stress desnecessário; "Pais Que Educam: Uma Aventura Inesquecível" (Gente), de Ceres Alves de Araújo, que esclarece dúvidas sobre o desenvolvimento infantil, do nascimento até a adolescência; e "A Encantadora de Bebês Resolve Todos os Seus Problemas" (Editora Malone), de Tracy Hogg e Melinda Blau, que reúne técnicas surpreendentes e simples para facilitar o dia-a-dia dos pais de primeira viagem. Confira a seguir algumas dicas pinçadas destes livros.
- Não use a lógica do adulto
Argumentos complexos ou longas explicações estressam e confundem a criança. Use frases curtas e enfatize duas ou três palavras-chave.
- Seja enfático e coerente
A forma como você diz uma coisa pode ser mais importante do que as palavras utilizadas. Por isso, harmonize o tom de voz com expressões faciais, como sobrancelhas arqueadas e gestos amplos para demonstrar suas emoções e se fazer entender. É importante que o conteúdo da mensagem combine com a linguagem corporal.
- Aceite os sentimentos da criança
Sentir-se compreendida é o primeiro passo para a criança se acalmar. Faça seu filho perceber que você entendeu por que ele está aborrecido. Aceite suas razões e, aos poucos, passe mensagens curtas e claras para resolver a situação. Exemplos: "Você quer o caminhão? Você quer agora? Mas agora é a vez do João, espere um pouco".
- Nunca pratique a agressividade
Até mesmo aquele tapinha no bumbum ou na mão que você julga inofensivo deve ser evitado a todo custo. Quando batem, os pais servem de modelo para que a criança também se torne agressiva e passe a usar as mãos em vez de tentar elaborar argumentos e negociar cada impasse.
- Afaste as tentações
Se ele começou a engatinhar, coloque mais para o alto as peças que são muito estimadas por você e que podem chamar a atenção do bebê pelo brilho e pela cor, como aquele lindo vaso de cristal (o que não significa, porém, transformar por completo a configuração da casa). O mesmo vale para os alimentos dos animais de estimação. Até o pequeno compreender que aquela é a comida do cachorro, melhor mantê-lo longe.
- Desvie a atenção
É fácil distrair a criança. Não se acanhe em chacoalhar um brinquedo favorito no ar quando ela estiver prestes a destruir a correspondência ou rasgar a primeira página do jornal. Assim, você evita sair correndo e gritando "não".
- Respeito o sono
O cansaço é uma das causas campeãs de mau comportamento. Crianças exaustas e com privação de sono geralmente ficam impacientes e costumam ter mais ataques de birra. O ideal é que, além de dormir entre dez horas e meia e 12 horas à noite, ela ainda possa fazer um descanso durante o dia.
- Siga horários
Se há uma rotina estabelecida, com horários para brincar, almoçar e tomar banho, evite quebrar a ordem para atender a outras demandas. Se o telefone toca enquanto você está dando o almoço, seja rápida. Ou logo o bebê começará a fazer de tudo para ganhar atenção.
- Dê uma distância saudável
Se a criança não está doente nem passando por alguma situação especial, mas sempre chora ou grita quando você se afasta, talvez seja hora de ela experimentar um pouco mais de liberdade e "solidão". Tente, por exemplo, deixá-la brincando sozinha por alguns poucos minutos. Fique de olho, mas evite manter contato visual. Aprender a estar bem consigo mesmo é uma aquisição importante para o futuro.
- Estabeleça consequências
Estipule regras claras e simples e avise qual é o castigo para desobediências. Sempre que uma regra for quebrada, cumpra o que disse imediatamente. Mas não use castigos ou privações exageradas para pequenas traquinagens, como colocar os pés calçados sobre o sofá.
- Não faça chantagens
Argumentos como "vou embora", "não gosto mais de você" ou "é terrível ser sua mãe" só vão deixar seu filho inseguro. Concentre-se em reprovar o comportamento inadequado sem fazer do seu amor por ele um objeto de barganha.
- Critique os atos, não a criança
Jamais diga, por exemplo, que seu filho é mau, preguiçoso ou mentiroso. Ou ele vai se convencer disso e pode começar a agir de acordo com esse rótulo. Centre sua reprovação sobre a atitude de que não gostou. Por exemplo: "Não puxe o rabo do cachorro porque isso machuca".
- Ofereça alternativas
Se o pequeno jogador está prestes a lançar uma bola em direção à janela do vizinho, vale sair correndo e interromper o desastre. Mas sempre explique em poucas e conhecidas palavras a razão do "impedimento". O ideal é oferecer uma alternativa positiva, como jogar a bola para o outro lado.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/dicas-educar-seu-bebe-426417.shtml
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